Muito se tem falado nestes últimos tempos sobre a (falsa) necessidade de reescrever a Bíblia Sagrada. Ontem eram apenas alguns falando sobre isso, hoje diversas pessoas já defendem essa causa e, amanhã, muitos estarão, não só defendendo, mas agindo para colocar essa ideia em prática. Quando essa alteração ocorrer, acredite, muitos cristãos irão apoiar.
Não pense você que surgirá uma lei obrigando a retirada de textos bíblicos e a impressão de novas bíblias sem esses versículos “polêmicos”. Embora isso possa ocorrer facilmente no Brasil, encontraria resistência imediata pela maioria dos cristãos. A alteração das Sagradas Escrituras ocorre de modo gradual, com o passar do tempo, e a próxima alteração acontecerá de modo que agradará até a maior parte da comunidade evangélica, tamanha será a sutileza e periculosidade com que isso será feito.
A bíblia já foi alterada uma vez (essa você não sabia)
Talvez você não saiba, mas a Bíblia Sagrada já foi alterada uma vez. Ficou espantado com essa informação? É isso mesmo! Não só foi alterada como essa modificação ganhou o apoio de muitos cristãos.
Se você analisar, por exemplo, a primeira tradução do Novo Testamento para a língua portuguesa, feita por João Ferreira de Almeida em 1681, e compará-la com todas as versões modernas que existem hoje, perceberá que dezenas e dezenas de pedaços de versículos já foram retirados. Eu mesmo já identifiquei e cataloguei mais de 100, sendo a maioria no Novo Testamento. Isso não é estranho?
As únicas versões brasileiras que se mantiveram fieis até hoje são as que utilizam o Textus Receptus (ou Texto Recebido), como a ACF (Almeida Corrigida Fiel), a BKJ 1611 (Bíblia King James 1611 Fiel) e algumas versões da ARC (Almeida Revista e Corrigida). Por outro lado, todas as versões que se basearam no Texto Crítico sofreram mudanças com textos retirados e/ou modificados em sua interpretação.
Resumidamente, o Textus Receptus é a compilação de milhares de manuscritos encontrados em regiões onde a igreja primitiva predominava. A maioria deles concordam entre si, foram usados pelos primeiros cristãos e foram utilizadas na Reforma Protestante.
Já o Texto Crítico é baseado num conjunto pequeno de manuscritos, embora mais antigos, que foram encontrados posteriormente, mas que possuem diversos pontos divergentes. A maioria desses poucos manuscritos não concorda com a maioria dos textos presentes no Textus Receptus e não concordam nem entre si. Além do mais, são documentos encontrados em regiões onde a igreja primitiva não era forte na época.
Essa explicação exige uma profundidade maior de estudo, mas o objetivo aqui é apenas fazer com que você entenda rapidamente a diferença básica entre os tipos de textos utilizados para compor a bíblia.
Como disse, muitos cristãos defenderam isso quando aconteceu porque as justificativas eram muito convincentes. Os defensores do texto crítico afirmam que novos manuscritos foram descobertos com datações mais antigas e, por isso, são melhores e mais fieis. Assim, houve uma enxurrada de bíblias sendo impressas com versões modernas do texto crítico. A única vantagem delas é a linguagem de fácil entendimento. Apenas isso! Nada mais! Dezenas de trechos das Escrituras foram arrancadas. Podem parecer omissões inofensivas e que não afetam os fundamentos da fé, mas porque fizeram essas omissões? Porque esses manuscritos eram mais antigos? Porque um ou outro manuscrito não continha esses trechos e, portanto, foram retirados? Existem diversas comprovações que derrubam essas narrativas fracas, mas não teria tempo para expô-las aqui neste momento.
É evidente que os defensores do Texto Crítico colocarão seus argumentos, até baseados em estudos, para mostrar a confiabilidade desses manuscritos, mas ao conhecer a história do Textus Receptus, fica evidente que essa confiabilidade não é tão superior assim. O Textus Receptus é mais confiável do que o Texto Crítico, mas isso exigiria páginas e páginas de explicações.
Logo, se você tem uma bíblia de versão moderna e a usa como sendo sua bíblia principal, significa que você está, indiretamente, aceitando a primeira alteração da palavra de Deus que foi feita tempos atrás e domina até hoje. Parece que a comunidade cristã está encantada com o Texto Crítico utilizado em quase todas as bíblias produzidas atualmente no Brasil.
A próxima atualização da bíblia
Pessoas já falam em atualizar a bíblia nos dias de hoje e muitos acham que ela será modificada de repente, por força de lei. Isso, de fato, pode acontecer (coisas absurdas estão ocorrendo no Brasil e uma decisão judicial nesse sentido não é mais algo impossível de ocorrer), mas criaria uma resistência muito forte entre os cristãos.
Então, como um sistema maligno faria para reescrever as Escrituras sem causar reprovação na comunidade evangélica? Pense um pouco! Isso pode ocorrer de várias formas, mas uma delas me veio à mente nestes últimos tempos, na qual não vi ninguém falando sobre isso (mas, vou falar aqui).
Sabe como a bíblia poderá ser reescrita sem causar alvoroço e com aprovação de muitos cristãos? É simples! Basta arqueólogos ou pesquisadores mostrarem ao mundo que novos manuscritos, ainda mais antigos e mais “confiáveis”, foram descobertos. Constantemente vemos novas descobertas feitas por arqueólogos e cientistas, seja descobrindo novas estátuas, novas cidades submersas, novos artefatos e novos manuscritos.
Imagine, agora, um grupo de pesquisadores renomados “descobrindo” escondidos dentro de alguma caverna novos pergaminhos e manuscritos contendo diversos textos da bíblia, com datação mais antiga e, portanto, dignas de aceitação e credibilidade. Já pensou nisso?
Assim, novas bíblias seriam impressas a partir desses textos descobertos. Coincidentemente, os textos polêmicos não estariam mais presentes ou estariam escritos de outra forma. Pronto! Muitos passarão a afirmar que, verdadeiramente (na verdade, falsamente), a bíblia nunca condenou algumas coisas que hoje ela as condena, pois elas não farão mais parte dos textos encontrados nesses novos grupos de achados arqueológicos.
O número de cristãos que acreditarão nessa mentira será enorme. O sistema não encontrará resistência para modificar a bíblia, assim como foi feito uma vez.
Cuidado Igreja de Cristo! Coisas absurdas estão acontecendo de 2020 para cá na qual não tem a quem recorrer. A (falsa) ciência, o judiciário (corrompido) e os (falsos) cristãos estão adotando novas interpretações sobre a maneira de ver o mundo. O avanço para o estabelecimento de uma nova ordem mundial e uma nova sociedade (sem Deus) está sendo algo surreal. O engano será muito sutil e com narrativas que parecerão muito convincentes, mas a bíblia (a verdadeira palavra de Deus) já nos alertou sobre isso (Efésios 4.14; 5.6; 1 Timóteo 4.1; Colossenses 2.4).
Devo jogar fora minhas bíblias de versão moderna?
Se você tem alguma bíblia baseada no Texto Crítico, não a jogue fora, pois ela tem uma finalidade (e apenas uma mesma): trazer o texto bíblico numa linguagem mais fácil de se entender. Mas, não a tenha como bíblia principal de leitura, meditação e uso na igreja. Use-a somente para compreender melhor algumas passagens nas quais você não entendeu na bíblia de versão fiel. Mesmo assim, se houver divergência de interpretação, fique com o texto fiel, pois é mais confiável.
Eu mesmo tenho algumas bíblias baseadas no Texto Crítico (bíblias de versões modernas) e as cuido com muito carinho. Entretanto, tenho a consciência de que elas são úteis apenas para entender alguns pontos de difícil compreensão. Mesmo assim, se tais pontos estiverem divergentes das bíblias fieis, eu fico com as palavras da bíblia fiel.
Trazer uma linguagem mais fácil de entendimento é louvável e maravilhoso, mas modificar sua mensagem e omitir dezenas e dezenas de textos é totalmente reprovável.
Se você tem uma bíblia fiel em sua casa, guarde-a com muito carinho e use-a com toda a vontade possível, pois elas estão ficando raras. A maioria das bíblias produzidas hoje está contaminada com o Texto Crítico. Basta analisar quantas bíblias diferentes existem e perceberá que a maioria delas possui uma versão moderna, ou seja, baseada no Texto Crítico. É uma agenda, uma ideologia que está sendo defendida por um número cada vez maior de pessoas e se alastrando no mundo afora, infelizmente.
Que bíblias são essas?
Se ficou com dúvida sobre quais seriam essas bíblias, vamos dar os nomes. Todas as bíblias baseadas no Textus Receptus são mais confiáveis do que as que utilizaram o Texto Crítico em sua tradução. Abaixo, seguem as bíblias baseadas no Texto Receptus:
ACF (Amlmeida Corrigida Fiel)
BKJ 1611 (Bíblia King James 1611 Fiel)
ARC (Almeida Revista e Corrigida)
Sobre a ARC, cabem duas ressalvas: primeiro, existem diferentes tipos de ARCs. Isso mesmo, existem, pelo menos, cinco ou seis diferentes tipos de traduções baseadas na Almeida Revista e Corrigida
A ARC publicada pela SBB (Sociedade Bíblica do Brasil) é um pouquinho diferente da ARC publicada pela CPP (Casa Publicadora Paulista), que é um pouquinho diferente da ARC publicada pela IBB (Imprensa Bíblica Brasileira) e assim por diante.
Dentre as diferentes ARCs, a mais fiel tem sido a publicada pela CPP e a menos fiel é a utilizada pela SBB. Ficou surpreso? Eu também fiquei quando descobri tudo isso tempos atrás.
Todas as demais versões que não utilizam a ACF, BKJ1611 Fiel e ARC são baseadas no Texto Crítico, ou seja, possuem dezenas e dezenas de partes arrancadas ou modificadas. Como disse, eu mesmo já identifiquei e anotei mais de 100 e a lista não para de crescer. Seguem algumas dessas versões:
NVI (Nova Versão Internacional)
ARA (Almeida Revista e Atualizada)
NTLH (Nova Tradução na Linguagem de Hoje)
NVT (Nova Versão Transformadora)
NAA (Nova Almeida Atualizada)
Bíblia Viva
E outras…
Todas elas, e outras que não citei aqui, sofrem o mesmo problema. Dizem (ainda não confirmei essa informação) que a NVI, por exemplo, possui mais de 2000 palavras omitidas, mais de 8000 modificações e por aí vai. Mesmo se fossem centenas (e não milhares) de alterações, já seria motivo para enorme preocupação.
É claro que os textos originais, que saíram da pena dos escritores, não existem mais. Contudo, é possível, a partir de estudos sérios e comprometidos com a verdade, identificar e compilar os manuscritos mais fieis para se chegar à verdadeira palavra de Deus. Há métodos sérios para se fazer isso e não é utilizando meia dúzia de manuscritos, onde a maioria dos textos possuem divergências entre si, que chegaremos à inerrante palavra do Senhor.
É possível manipular qualquer coisa falando a verdade
Lembre-se que é possível manipular qualquer coisa utilizando-se estudos e pesquisas científicas, basta adotar uma metodologia apropriada que atenda os interesses do autor.
Apenas para exemplificação, nas eleições de 2022, todas as pesquisas indicavam um candidato como sendo o vencedor para presidente, mas nas ruas o que se via era outra realidade. Todos os institutos de pesquisas utilizaram metodologias que pareciam sérias e difíceis de serem questionadas, mas eram tendenciosas e fraudulentas. Você já foi abordado por um desses institutos? Eu nunca fui até hoje.
Você sabia que eu posso manipular qualquer informação falando apenas a verdade? É sério! Eu posso dizer, por exemplo, que comprei um carro e tenho ele há mais de 20 anos e nunca me deu nenhum problema. Essa informação pode ser totalmente verdadeira. Você, sabendo disso, compra o mesmo carro e o mesmo quebra no primeiro ano. O que eu não disse foi que o carro ficou guardado na garagem por 20 anos e nunca foi usado. Claro que não daria problema algum. Ou seja, eu manipulei uma informação e induzi você ao erro apenas falando a verdade (meia verdade). Posso, também, dizer que 100% das pessoas que compraram esse carro estão satisfeitas com ele. Isso pode ser uma verdade também. Mas, o que eu não diria é que apenas eu comprei ele. Ninguém mais quis comprá-lo. Se somente eu comprei, isso já representa os 100% do compradores. Manipulei a informação novamente falando apenas a verdade (meia verdade).
Percebeu como a (falsa) ciência, hoje, está a serviço do mal? Ela manipula informações para dar sustentação a uma ação diabólica que será adotada logo à frente. Ela (a falsa ciência) é utilizada em pesquisas eleitorais, foi utilizado durante a pandemia e tem sido usada em várias áreas para enganar a população e induzi-la a aceitar aquilo que o sistema impõe.
Se novas pesquisas mostrarem que novos manuscritos bíblicos foram descobertos e eles não contém algumas passagens polêmicas, como que pessoas comuns irão questioná-las? Elas seriam acusadas de irem contra a ciência. Percebe a estratégia do diabo para enganar muitos?
Preste atenção nisto: o diabo tentou destruir Jesus no deserto falando a verdade. Ficou espantado com essa informação? É isso mesmo! Primeiro ele mentiu, mas não funcionou. Depois, ele citou as Escrituras Sagradas (que é a palavra verdadeira de Deus) para tentar a Cristo. Entretanto, Jesus destruiu as narrativas dele usando, também, as Escrituras, mostrando que a verdade precisa ser dita de maneira completa e correta.
Portanto, é possível, sim, manipular e distorcer qualquer tipo de informação falando a verdade e utilizando estudos científicos com metodologias duvidosas e tendenciosas.
Considerações finais
Voltando ao assunto original, não jogue sua bíblia moderna fora, apenas a utilize da maneira correta. E tenha sempre uma bíblia fiel para uso diário, para estudo, para leitura na igreja e como parâmetro para situações divergentes e conflitantes.
Se num futuro próximo, novos manuscritos forem “encontrados”, trazendo omissões ou alterações de textos que hoje são reprovados pelo mundo, não se espante. Trata-se de uma tentativa de reescrever (alterar) a bíblia com base na (falsa) ciência.
Jesus está voltando!
Saltando para a Vida 